O ESPANTADOR DE CANGERÊS

 

SERGINHO  D´ALZIRA

UM SAMBISTA CONTADOR DE HISTÓRIAS

 

Lá se foi Sérgio Adenauer, o Serginho D´Álzira, para os amigos e amigas da primeira idade

Perder alguém querido
É ver partir parte de si mesmo
Do mundo que comungamos juntos
Do tempo, passado e futuro, que tentamos decifrar
Em vão….

Serginho, legítimo membro da Lagoa Mansa, se mostrou presente
Como amigo, filho, irmão, pai, esposo, companheiro….
E nutria em si uma alegre ética existencial
De respeito pelo outro
Agia por princípios e isso marcou sua personalidade

Queria sempre conhecer e decifrar o mundo em que vivemos
Fazendo sempre uma leitura política, espiritual,
Dessa realidade tão dura que vivenciamos….

Buscava a simplicidade sempre ao seu redor….
A musicalidade, a alegria das narrativas…
A espontaneidade… o dia a dia de sua cidade….

Que amava profundamente…

Suas dores foram as dores de todos nós…
Suas dúvidas, são as que ainda temos
E em algum lugar estaremos todos juntos…
Em algum outra dimensão compartilharemos
Tudo de novo…

E de alguma maneira tudo de outra forma,

e, de outra, e, de outra forma, assim sucessivamente…

Num eterno retorno, em formas e ruínas circulares….

Perder alguém querido
É sim…. algo de nós que vai embora…

Como um dia fresco de uma manhã alegre…

Mas assim como as tempestades,
Os dias bonitos de sol, as noites de luar,
as flores de colorido inexato, e plantas vivas de plenitudade da luz, que nascem também um dia se vão…

Os bichos, e até mesmo as pedras, entrarão

mais cedo ou mais tarde em seu tempo de mudança… o movimento…

As alegrias, as tristezas… tudo obedece a esse fluxo misterioso.
De inicio, meio e fim. Fim, meio, início, princípio…

 

Disseram os discípulos do Grande Mestre Hegel que para que toda tese possa chegar à síntese, tem que passar pela antítese….

Buscamos aprendemos com tantas que tgambém vivem em outra dimensão

E assim vamos, sucessivamente, buscando a síntese de tudo,

do trabalho, do amor, o sentido da vida, da morte….

Tese, antítese e síntese….   Síntese essa que se transforma em nova tese, antítese e outra síntese

Nunca estamos preparados para nascer.

Há choro, dúvida, e medo em todo lugar…

Há guerra: principalmente dentro de nós…

Ansiamos por paz que não sabemos onde encontrá-la…

Não sabemos se estamos no curso de uma viagem.
Se estamos numa grande nave…
E qual será a próxima estação
E nunca aceitamos ou compreendemos o fim.

Que o Serginho….
Nosso amigo querido
Possa receber, no lugar onde estiver
A energia do amor que pudermos produzir
Do Vento do Espírito que sopra onde quer…
E que receba o nosso afeto, o nosso abraço espiritual

Por que tudo está presente numa força cósmica maior…

A vida é sonho sem sono.
Escreveu um poeta.
E alguém perguntou:
Mas é a morte ?
A morte é sono, sem sonho, o caminhante respondeu…
E seguiu sua viagem sem dar maior explicação…

Um grande humanista, Albert Schweitzer

Teólogo, filósofo, músico, ambientalista do Século XIX

Deixou sua vida de grandes sucessos e riquezas na Europa

e partiu para África para ajudar os necessitados

Ali viveu até morrer, o sentido era continuar construindo para muitos

Foi ajudar outras pessoas a seguir com saúde e ver a luz

Ele disse que “a maior tragédia não é quando a gente morre…

A pior tragédia é aquilo que morre, dentro da gente,

Enquanto estamos vivos…”

 

Vai em paz caro amigo,

E que Deus possa nos dar consolo e esperança….,

Vai em paz… caro Sérgio Adenauer….

Serginho, o contador de histórias…

O espantador de Cangerês…

Tudo valeu a pena…

Tudo valeu muito

……   muito a pena     …

E nossa alegria não foi pequena.