CAIO JUNQUEIRA MACIEL LANÇA O LIVRO FLORESTA, PELA COLEÇÃO BH: A CIDADE DE CADA UM

Da Floresta e seus florestinos

Foi lançado no sábado, 11.11.2023, na Livraria da rua, na Savassi, o livro FLORESTA, de Caio Junqueira Maciel, que é o 39º número da coleção “BH: A cidade de cada um”.

A coleção, de grande sucesso e referência cultural, idealizada pelos jornalistas José Eduardo Gonçalves e Sílvia Rubião foi iniciada em 2004. As publicações vem construindo a memória afetiva da capital mineira por meio de textos literários escritos por pessoas de diversas gerações, escolhidas por sua grande identificação com os temas trabalhados.

Os florestinos são os chamados personagens e moradores que amam a região, sua história, e têm uma ligação afetiva com o bairro Floresta.

Nascido na cidade de Cruzília, no Sul de Minas, o professor da UFMG Caio Junqueira Maciel não é um filho de berço do Floresta, mas viveu por anos no bairro. Por causa desse detalhe, ele justifica sua seleção como autor do livro por meio da citação do poema “Haia”, de Paulo Mendes Campos, ao questionar a geografia com uma pergunta afetiva que dá o tom de sua narrativa esperta: “hoje alguém é apenas do lugar onde nasceu?”.

Caio Junqueira Maciel é pseudônimo e apelido afetivo de Luiz Carlos, um dos treze filhos de Juca e Dona Nicota, nascido em Cruzília, Minas Gerais, em maio de 1952. Fez os primeiros estudos em sua terra; cursou o colegial no Instituto Padre Machado, de Belo Horizonte, onde obteve o título de mestre em literatura brasileira, pela UFMG. Pesquisou e publicou sobre a poesia de Dantas Mota. Foi professor de literatura brasileira por quarenta anos. Foi editor, com Gilberto Xavier, dos Cadernos de literatura comentada, pelas Edições Horta Grande. Publicou ensaios em jornais e revistas do Brasil e de Portugal – país em que viveu por quase um ano, em Braga. 

Caio seguiu sua trajetória obtendo o primeiro lugar no concurso artístico Teixeira de Pascoaes, em 2017, outorgado pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Publicou livros de poemas (Sonetos dissonantes; Felizes os convidados; Doismaisdois é igual ao vento; Era uma voz: sonetos só pra netosPaiol).  Participou de várias antologias com poemas e contos, entre elas, Jovens contos eróticos, da editora Brasiliense; Antologia Coletivo 21, pela Autêntica; Adolescência & Cia., pela Miguilim. Como letrista, tem parcerias com Bebeto Correa nos CDs Era uma voz, Trilhas da Literatura Brasileira, Recados de Minas Poemas para cantar e dançar, além de um CD com Newton Maciel Ribeiro, Parceiros do tempo. Casado com a professora Francisca, com quem tem os filhos: Pedro Luís, Ludmila e Oswaldo; e três netas e neto: Helena, Ágata e José.

As memórias do escritor Caio Junqueira Maciel remontam ao final dos anos 1960, quando ele se mudou para Belo Horizonte e se tornou florestino de coração. Tanto que chegou a repetir, junto a um grupo de amigos, o clássico feito de Fernando Sabino e dos outros cavaleiros do apocalipse, relatado no livro “Encontro Marcado” (1956), quando os escritores Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos, Hélio Pellegrino, além do próprio Sabino, escalam os arcos do Viaduto Santa Tereza, subindo pela estreita faixa de concreto de apenas um metro de largura, copiando uma atitude já realizada por Drummond, pioneiro dos chamados poetas alpinistas. “Coloco aqui letras maiúsculas para evocar essa passagem de ‘O Encontro Marcado’, que tanto me marcou e que eu li pela primeira vez quando morava no apartamento do bairro Floresta. Como morava perto do Viaduto Santa Tereza, eu e meus amigos bebuns, que também leram o livro, fomos lá escalar o bichão”, lembra Caio.

Imagem da fachada do antigo Cine Floresta, no bairro de mesmo nome em BH, em 1928.